INTEGRALISMO LINEAR, ESOTERISMO E ECUMENISMO
CÁSSIO GUILHERME, PRESIDENTE DO MIL-B
Na própria definição de Linearismo e seu objetivo para o Sec XXI, que é o de adequar o Integralismo para a modernidade e para a realidade atual, está expresso que respeitamos todas as religiões e formas de pensar e interpretar a realidade e a existência, incluso ai o próprio ateísmo. Nessa seara, o Movimento Integralista e Linearista Brasileiro é ecumênico e procura entender o esoterismo como uma manifestação de tradicionalismo e congregação.
O MIL-B teve que inclusive fundamentar e fundar uma Nova Religião patriótica e nativista, amálgama de ancestralidade e costumes, convencionando a interpretação e exegese de cosmovisões de mundo alternativas. O esoterismo significa então a busca pelo entendimento transcendental da nossa própria realidade. O Chefe Nacional Plínio Salgado citou diversas vezes essa busca por uma metafísica transcendental, sobretudo no seu livro magnífico A Quarta Humanidade. Os povos tinham conexões com totens, entidades da natureza, waccas, guardiães das leis naturais, o que foi de certa forma perdido com a chegada do Cristianismo judaizado. Toda essa conexão precisa ser resgatada e redimensionada, e o nosso movimento tem esse objetivo. Na busca por nossas raízes ancestrais precisamos entender toda nossa mística nativista, e criarmos uma identidade iniciática com o passado e com os costumes de nossos antepassados.
Na busca humana pelo sagrado e etéreo, pode-se afirmar, em um sentido amplo, que as tradições esotéricas sempre existiram e se constituem em um contrapeso ao lado oficial, público, ou transcendente das religiões . Por outro lado, do ponto vista moderno, o esoterismo que surge na Europa do século XVII com o aparecimento do Rosacrucianismo, além da crítica à religião faz, também, uma crítica ao cientificismo que decorreu da visão científica, portanto, parece razoável afirmar que o esoterismo ocidental procura ser um elo (religare) entre a razão e a espiritualidade, ou entre a ciência e a religião. A identidade de princípios exige que façamos a aliança entre religião e ciência, e não que as duas ideias atuem em contraposição. Grandes cientistas alertaram sobre isso, como Sir Isaac Newton, que ao mesmo tempo que praticava ciência física dedutiva era alquimista. O Sagrado é Fundamento do Saber Tradicional. Saberes Tradicionais são perspectivas holísticas, integrais, que veiculam um conhecimento construído pelo método da tentativa e erro, que muitas vezes é transmitido de gerações em gerações, e que normalmente eram (são) passados de forma cultural pelas tradições. Logo o Nativismo necessita do tradicionalismo, da cultura, das artes e do esoterismo para se auto-sustentar. Nesse aspecto, precisamos nos aprofundar nas místicas esotéricas para alcançar a plenitude do saber tradicional.
O sincretismo e o ecumenismo são bases também da Religião Linear e do Integralismo Linear. Estão em constante desenvolvimento, pois não acreditamos em religiões estanques, estáticas e sim dinâmicas com as exigências próprias do tempo e do espaço. A aliança entre o sagrado religioso ( metafísico) e o sagrado científico ( físico) são premissas e bases construtivas da exegese Linear para o futuro. O profano e o sagrado devem se encontrar na busca determinística de uma religião cientificista, e tradicionalista. E assim podemos agregar conhecimentos valiosos de tradição e cultura dos povos para entendermos melhor nossa realidade.