Caros Amigos Integralistas, Linearistas e simpatizantes:
Estamos enviando para todo Brasil uma nota de protesto veemente com relação a um fato lamentável. No mês de abril de 2010 umas três pessoas na cidade do Rio de Janeiro, possivelmente vinculadas a uma associação que se diz integralista chamada FIB-RJ, estiveram presentes numa manifestação de apoio a ” exclusividade” dos royalties de petróleo para o Estado do Rio de Janeiro.
Nós membros do Movimento Integralista e Linearista Brasileiro MIL-B conhecemos algumas atitudes de destempero desses três quartos de dois quintos de meia-dúzia de membros da FIB. Mas esta atitude realmente foi um absurdo!!De maneira unilateral, esses pseudo-nada que se auto-intitulam integralistas vilipendiam a memória do Integralismo e do Chefe Nacional Plínio Salgado que sempre defenderam a unicidade dos interesses nacionais e organicidade de propósitos do movimento nacionalista mais importante da História do Brasil. Será que esses lunáticos se esqueceram de que o chefe Nacional correu risco de vida várias vezes, quando o jornal A Razão foi invadido, justamente por que o Chefe Nacional se colocou contrário a Revolução Constitucionalista de 1932 que dividia os brasileiros e os interesses nacionais?? O Chefe Nacional era paulista mas não agiu de forma egoísta, pensando na Nação como um todo. O petróleo que jorra no mar dos ” cariocas” é petróleo brasileiro, de posse de todos os brasileiros, e os benefícios advindos de sua extração pertencem a todos os brasileiros, assim como a Amazônia é propriedade de todos, o Pantanal é propriedade de todos, o lago de Furnas e as águas do São Francisco pertencem a todos, os recursos dos pampas gaúchos pertencem a todos e assim por diante. Ver a bandeira integralista ser usada como pano de fundo de bairrismos regionalistas é o supra-sumo da mediocridade desses coitados que se dizem integralistas, que deveriam estar engajados numa distribuição equânime dos royalties sugados pelos banqueiros a serviço do EIKE BATISTA por todos aqueles que precisam de ajuda governamental. Não vejo como alguém formado em Direito ou mesmo que se diz Integralista possa defender uma excrescência como o uso da bandeira Integralista nesta manifestação inconseqüente de exclusivismo carioca. Todos sabemos que é prerrogativa da União legislar sobre riquezas minerais e sua disponibilidade de recursos em benefício do povo brasileiro.
Não há a mínima sustentação jurídica para o que o governador Cabral, marionete a serviço das grandes corporações petrolíferas, está tentando fazer com o dinheiro que é do povo brasileiro. A Constituição elenca como princípio em seu Artigo 3º parágrafo III a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais. A distribuição dos royalties do petróleo é propriedade do povo brasileiro e não do Estado do Rio de Janeiro.
A maior prova do absurdo desta pretensão de falsos brasileiros cariocas foi a aprovação quase unânime dos deputados e senadores da distribuição de recursos como forma de garantir a estabilidade econômica dos entes federativos. Caso isso não fosse verdade, os Estados de São Paulo e Minas Gerais deveriam reivindicar a proporcionalidade de representação política e dominarem o cenário nacional pois são os Estados mais populosos e ricos da Nação e esta proporcionalidade não é obedecida em nome da igualdade federativa
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Mas mesmo que a Constituição não fosse a baliza adequada para dirimir essas dúvidas, qual a fundamentação teórica Integralista para justificar essa valorização do Estado do Rio de Janeiro?? O senhor cita o Municipalismo defendido pelo Chefe Nacional, entretanto, o senhor deve já ter lido que esse Municipalismo é justamente uma forma de fortalecer a Entidade Nacional, chamando as responsabilidades dos cidadãos para com sua Pátria, não apenas com seus interesses pessoais. O que está escrito no Manifesto de Outubro de 1932 é bem claro, não admite interpretações fibistas ou bozísticas no seu âmago doutrinário. É um absurdo o uso da bandeira Integralista nesta manifestação estapafúrdia de unilateralidade de alguns maus-brasileiros cariocas que querem dilapidar as riquezas nacionais. Seria o caso então do Estado do Rio de Janeiro pagar uma taxa extra pela energia gerada em Furnas, hoje subsidiada para os cariocas por todos os brasileiros, pois o lago de Furnas fica no Estado de Minas Gerais e não no Rio?? Que palhaçada é esta?? Ademais o dinheiro empregado na construção das plataformas e também nos investimentos dos fundos de pensão é dinheiro da União, ou seja, de todos os brasileiros.
Graças a Deus o MIL-B não tem nada a ver com essa pantomima. Os membros cariocas do MIL-B nos alertaram sobre esta xaropada e nos avisaram a tempo. Por que agora estamos levantando o problema?? Porque o Congresso ratificou o ponto de vista da maioria dos brasileiros e de maneira legalista mostrou o caminho agora da verdade e da justiça. Francamente!! Esses dois terços de quatro quintos de meia-dúzia de fibistas cariocas deveriam ser criticados duramente por tal atitude impensada e insana. E o senhor como Presidente dessa instituição fibista, também estava lá e empunhou a bandeira Integralista?? Perdoe-nos mas o senhor tem que estudar mais Doutrina Integralista!! Nós do MIL-B vamos denunciar mais essa fanfarronice da tal FIB
ARTIGOS DO MANIFESTO DE OUTUBRO DE 1932 QUE LANÇOU O MOVIMENTO INTEGRALISTA NO BRASIL.
ARTIGO 2. COMO ENTENDEMOS A NAÇÃO BRASILEIRA A Nação brasileira deve ser organizada, uma, indivisível, forte, poderosa, rica, prospera e feliz. Para isso precisamos de que todos os brasileiros estejam unidos. Mas o Brasil não pode realizar a união intima e perfeita de seus filhos, enquanto existirem Estados dentro do Estado, partidos políticos fracionando a Nação, classes lutando contra classes, indivíduos isolados, exercendo a ação pessoal nas decisões do governo; enfim todo e qualquer processo de divisão do povo brasileiro. Por isso, a Nação precisa de organizar-se em classes profissionais. Cada brasileiro se inscrevera na sua classe. Essas classes elegem, cada uma de per si, seus representantes nas Câmaras Municipais, nos Congressos Provinciais e nos Congressos Gerais. Os eleitos para as Câmaras Municipais elegem o seu presidente e o prefeito. Os eleitos para os congressos Provinciais elegem o governador da província. Os eleitos para os Congressos Nacionais elegem o Chefe da Nação, perante o qual respondem os ministros de sua livre escolha.
Artigo 5. NÓS, OS PARTIDOS E OS GOVERNOS Nós brasileiros unidos, de todas as Províncias, propomo-nos a criar uma cultura, uma civilização, um modo de vida genuinamente brasileiros. Queremos criar um direito público nosso, de acordo com as nossas realidades e aspirações, um governo que garanta a unidade de todas as províncias, a harmonia de todas as classes, as iniciativas de todos os indivíduos, a supervisão do Estado, a construção nacional. Por isso o nosso ideal não nos permite entrar em combinações com partidos regionais, pois não reconhecemos esses partidos; reconhecemos a Nação. Enquanto não virmos o Brasil organizado, sem o mal dos partidarismos egoístas, o Estado Brasileiro exprimindo classes, dirigindo a Nação pelo cérebro das suas elites, não descansaremos, na propaganda que nos impomos. A nossa Pátria não pode continuar a ser retalhada pelos governadores de Estados, pelos partidos, pelas classes em luta, pelos caudilhos. A nossa Pátria precisa de estar unida e forte, solidamente construída, de modo a escapar ao domínio estrangeiro, que a ameaça dia a dia, e salvar-se do comunismo internacionalista que esta entrando no seu corpo, como um cancro. Por isso, não colaboramos com nenhuma organização partidária, que vise dividir os brasileiros. repetimos a frase do lendário Osório, quando escrevia dos campos do Paraguai, dizendo que não reconhecia partidos, porque eles dividiam a Nação e esta deve estar coesa na hora do perigo. Juramos hoje, união, fidelidade uns aos outros, fidelidade ao destino desta geração. Ou os que estão no poder realizam o nosso pensamento político, ou nós, da Ação Integralista Brasileira, nos declaremos proscritos, espontaneamente, da falsa vida política da Nação, até ao dia em que formos um número tão grande, que restauraremos os nossos direitos de cidadania, e pela força desse número conquistaremos o Poder da República. Por isso, marcharemos através do futuro e nada haverá que nos detenha, porque marcham conosco a consciência da Nação e a honra do Brasil.