O VIZIR DE AGAMENON

O VIZIR DE AGAMENON

CÁSSIO GUILHERME, PRESIDENTE DO MIL-B

 

                        Em um tempo muito distante, numa parte do que hoje consideramos a Pérsia, existia um reino chamado Agamenon. O Rei Faíres e sua esposa Hage tiveram um filho, chamado Assuero, que nasceu muito doente e estava prestes a falecer. O Rei, que administrava uma vasta região, com ponderação e mérito,  mandou chamar então um Homem de cura, o Vizir, chamado Ciro, já velho, para que curasse o jovem príncipe recém-nascido. Uma caravana de cavaleiros foi até o encontro de Ciro, que morava numa montanha distante, para que ele viesse conversar  com o  Rei. E assim foi feito.

                        Ciro encontrou o pequeno Assuero e disse que o tornaria saudável e pujante para seu Pai. Apenas afirmou, como contrapartida de seus dons, que a vida de Assuero seria transformada num coração de vidro, o qual ficaria escondido no alto da montanha próxima a Agamenon, e que enquanto ele fosse próspero e justo nas suas ações, nada de mal poderia acontecer ao coração de vidro. Se esse coração se quebrasse, Assuero perderia a vida. E assim foi feito.

                        Os anos se passaram e Assuero se tornou Rei de Agamenon. No início, reinava com justiça e coragem, mas a cegueira do poder o tomou e ele quis ser mais poderoso que qualquer Homem jamais havia sido, mais até do que os deuses. Começou a agir com vontade própria, enebriado pela luxúria das mulheres, ensandecido pela força das riquezas. Mas sempre olhava de noite para a montanha, onde estava seu coração de vidro escondido. Ao mesmo tempo que vivia com o Poder Absoluto de seu centro real, desfrutando das mais magníficas realidades do mundo,  vivia apavorado com a possibilidade de quebrarem seu coração e sua vida se extinguir como poeira ao vento. Os anos se passaram, e Assuero vivia sempre entre esses dois extremos, da glória da vida e da inexorável chegada da morte.  Certa feita, participava de uma festa estrondosa no Castelo Real, e ao avistar pela janela um grupo de abutres que voavam próximos da montanha, determinou que tudo fosse encerrado imediatamente, aterrorizado pela idéia de que os abutres poderiam quebrar de alguma forma o coração. Proibiu que pessoas morassem na montanha e até mesmo passassem pelas trilhas que cortavam a montanha, apavorado de que algo ou alguém achasse o coração e o quebrasse. E assim seguia sua vida de Poder Absoluto e Tiranias Absolutas, controlando a tudo e a todos, mas sempre preso no pânico de que seu coração fosse quebrado e tudo perdido.

                        Um dia, não aguentando mais a dúvida de se tudo estava bem com o coração de vidro na montanha, chamou 100 de seus melhores cavaleiros e escudeiros, e batedores e resolveu subir a montanha para verificar que tudo estava em ordem com o coração de vidro. Chegando ao topo da montanha, avistou uma toca na ribanceira, local de acesso remoto,  onde brilhava ao sol e reluzia o vidro refletindo a luz do dia. Estava lá seu coração e sua vida.  Ordenou então  que todos parassem e foi sozinho  até a  ribanceira verificar o local onde estava seu coração. Desceu igualmente sozinho, pois não queria que ninguém soubesse de seu segredo,  e viu que o coração de vidro estava lá, intacto, no fundo da  toca. Aliviado e renovado, subiu a ribanceira e ordenou que todos voltassem a Agamenon. Entretanto, quando estava na beirada do penhasco, notou que uma pequenina serpente entrou na toca e novamente  apavorado resolveu descer novamente a ribanceira para espantar a serpente. Quando estava próximo a entrada da toca, viu que a pequenina serpente se esgueirava em volta do coração de vidro precioso. Completamente dominado pelo medo de que algo acontecesse ao coração, imediatamente, com dificuldades por que o local era quase inacessível, arrancou de sua adaga e tentou matar a serpente. Mas um golpe mal desferido fez com que a adaga acertasse acidentalmente o coração de vidro que se quebrou e Assuero então morreu e extinguiu sua vida ali mesmo…

                        Assim, como essa lenda, são os senhores do Mundo. Aqueles que pensam poder dominar tudo, com o poder do dinheiro e dos vícios humanos e dos prazeres mundanos deste mundo. Sabem que as leis da natureza são imutáveis e não subordinadas a qualquer soberania divina. Sabem que o regozijo do prazer imediato,  de poder controlar a tudo e a todos não os afasta do pânico de que tudo acabe sem nem mesmo um aviso prévio. E sabem que suas loucuras farão com que um dia os mesmos poderosos quebrem seu poder, que achavam infinitos, mas são perenes e frágeis. Nada pode domar as Leis da Natureza.  Lembrem-se do aviso do Vizir de Agamenon.

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