O FORTE É MAIS FORTE SOZINHO
Cássio Guilherme, presidente do MIL-B
A atualização da doutrina Integralista para o Sec XXI e o escopo do Linearismo para moldar bases sólidas de entendimento filosófico e sociológico são tarefas árduas. Nesta seara de novas interpretações, a frase acima assume um caráter primordial em nosso trabalho. Não quer dizer em nada que glorificamos o individualismo e o egoísmo. Pelo contrário, o indivíduo precisa se encontrar e conhecer a sua força interior para adequar-se a um mundo novo, e a compreender a si mesmo.
Falsamente atribuída ao líder nazista Adolf Hitler, a frase acima é bem mais antiga e com conotações bem mais ampla. O ” Conhece-te a ti mesmo” é um provérbio conhecido há 3000 anos. Outras variações são: ” Nunca subestime aquele que se superestima” ou mesmo a máxima do Chefe Nacional Integralista Plínio Salgado: ” Convença-te a ti mesmo, depois convencerá os outros”. Bem longe de qualquer malabarismo filosófico do super Homem de Nietzsche, ou do Homem santo agostiniano, ser forte significa conhecer suas potencialidades e ser seguro de si mesmo. Ninguém pode respeitar ao outro se não respeita a si mesmo. Numa sociedade onde toda interpretação da realidade tem que ser aceita e mastigada, o forte precisa saber que é forte e precisa agir, esse o escopo e foco do Integralismo e do Linearismo moderno. Não significa em absoluto o isolamento; pelo contrário, o forte está sempre presente em todas as situações da sociedade, pois não é covarde, não é omisso e sabe das suas responsabilidades principalmente com os mais necessitados.
A grande razão do desastre da nossa sociedade moderna é convencer a todos de que são fracos, pusilânimes, incapazes de qualquer transformação. As religiões e Movimentos políticos se nutrem abundantemente desses defeitos de caráter das pessoas. Aquele que é forte cria sua própria realidade, cria sua religião, sua cosmovisão, seu processo de crescimento espiritual. Isso é perigoso para uma sociedade que precisa escravizar o indivíduo tanto moralmente, quanto materialmente e espiritualmente. A libertação do ser existencial só acontece quando esse ser compreende a si próprio e se propõe a mudar a sua realidade. Não é de maneira nenhuma um indivíduo acovardado, academicista no sentido tomista, e nem abobalhado pelas luxúrias que se lhe apresentam. É na verdade um guerreiro espiritual, que sabe que a verdadeira coragem reside no fato de colocar a ação acima de qualquer omissão. O conforto cômodo da vida pacata corrompe o indivíduo e tira-lhe aquilo de mais sagrado que poderia ter: a chance de modificar o passado, o presente e o futuro. A vontade precede o entendimento e a sapiência. A cognição e o racionalismo nada representam num indivíduo acovardado pelo conforto da sociedade irresponsável.
A prioridade de um revolucionário deve ser a transformação. O comodismo e a tranquilidade corrompem a alma dos indivíduos. Como mencionado, comodismo é o ato de colocar a própria comodidade à frente de qualquer coisa. Sendo assim, uma pessoa comodista dificilmente será alguém do tipo que arregaça as mangas e vai em busca dos seus objetivos. Ela sempre irá buscar as formas mais fáceis de realizar as coisas, o que sabemos que trará sempre resultados medianos. Não é esse nosso propósito. É preciso viver a mudança, libertar-se da estagnação. Ser mais forte sozinho significa a libertação das imposições coletivas, não o isolamento social do indivíduo. A ambição de enxergar que a realidade está totalmente pervertida e tentar aniquilar a perversão imposta. Planejar o seu próprio desafio de desafiar e questionar o que lhe é imposto forçosamente. Superar-se a si mesmo. Conhecer suas potencialidades e seus limites pessoais. Essa a busca incessante de uma sociedade sadia; indivíduos que reconhecem seu dever. Ser mais forte sozinho é tudo isso elevado ao extremo.