O ESTADO EMPREENDEDOR
FRANCISCO ANÉAS, AMIGO E COLABORADOR DO MIL-B
No sistema atual, o acúmulo da riqueza não provem do trabalho do homem trabalhador, ele provém de quem tem a capacidade política de fazer as regras da economia em benefício próprio.
Quem toma a iniciativa de empreender, criar novas empresas, criar novas tecnologias e novas regras, leva vantagem na competição entre todas as partes da economia. Não devemos seguir a moda dos outros, devemos fazer a nossa moda.
O atual sistema de liberalismo econômico só favorece os muito ricos, os acumuladores de capital. O trabalhador quando trabalha, trabalha para ele e para os acumuladores de capital. Quanto mais o trabalhador trabalha, mais rico fica o muito rico, aumentando a distância social entre o muito rico e o pobre trabalhador.
No capitalismo liberal, as ovelhas teem a liberdade de competirem com os lobos, e os lobos teem o direito de comer as ovelhas. Os muito ricos podem possuir uma riqueza infinita e os pobres devem morrer de fome.
O liberalismo econômico vive atualmente no mundo das finanças que segue a lógica da matemática financeira dos juros sobre juros. De modo que quanto mais capital os muito ricos possuam mais ricos eles ficam, aumentando para o infinito a distância entre os muito ricos e os pobres, o que cria a escravidão financeira, com os muito ricos escravizando os pobres.
Os muito ricos compram os políticos e fazem as regras da economia em benefício próprio e propagam a moda da privatização das riquezas naturais brasileiras. Eles querem as privatizações dos bancos, das riquezas do subsolo, da energia, da água e até do ar. Tudo que é público deve ser privatizado e tem que dar lucro para os muito ricos, de modo que eles cresçam em poder na lógica exponencial do capitalismo. Os muito ricos depois de comprarem o poder político querem o poder religioso para serem Deus.
Não defendo um sistema socialista marxista, eu defendo um Estado Empreendedor, possuidor e controlador do capital. Uma economia que não siga o Deus Mercado, mas uma economia planejada e administrada pelo Estado em benefício de todos os brasileiros, de modo a diminuir a distância social entre os muito ricos e os pobres.
Defendo a estatização dos bancos e a criminalização da usura, de modo a por fim ao rentismo que alimenta os muito ricos. O capital e o lucro do capital devem ser pulverizados entre toda a sociedade, de modo a diminuir a distância entre os muito ricos e os pobres.
O Estado Empreendedor deve tomar a iniciativa de empreender, criando novas tecnologias, novas regras e novas modas, tendo como fim não o interesse individual e privado, mas direcionar a economia para o interesse coletivo de toda a sociedade brasileira.
A iniciativa do Estado Empreendedor compete na economia com as privatizações. O Estado Empreendedor direciona a economia em benefício do coletivo de todos os brasileiros. Enquanto as privatizações direcionam a economia para obtenção de lucros por parte de poucos muito ricos, brasileiros e estrangeiros. Os liberais fazem de tudo para impedir o investimento público.
Para obter recursos para o investimento, o Estado Empreendedor deve cobrar impostos sobre o patrimônio e heranças dos muito ricos. Os impostos sobre o consumo oneram mais os pobres e aumentam a desigualdade social.
Devemos praticar um capitalismo de Estado com o poder econômico pulverizado, onde todos façam parte do bolo da economia. Não adianta fazer a multiplicação dos pães se não houver a partilha.
O Povo Brasileiro tem que ter a capacidade política de fazer as regras da economia em benefício de todos brasileiros e não deixar que poucos muito ricos as façam em benefício deles. A compra de políticos pelos muito ricos tem que acabar.
Para enfrentar o poder econômico financeiro dos muito ricos precisamos de um Estado Empreendedor.