MIGUEL REALE, SECRETÁRIO NACIONAL DE DOUTRINA E ESTUDOS
A história de um dos personagens mais importantes na história do Brasil pode ser conferida no Centro de Memória. A exposição “Miguel Reale: Jurista, Professor, Padrinho de Diadema” está aberta para visitação desde o dia 22 de dezembro e ficará até o dia 15 de fevereiro, de terça a sexta-feira, das 9h às 17h e aos sábados, das 9h às 15h. A entrada é gratuita.
A exposição faz referência aos 100 anos que Miguel Reale completaria em dezembro de 2010. “Aproveitamos o ensejo das comemorações do aniversário de Diadema para lembrar o centenário do nascimento de Miguel Reale e sua atuação no Brasil, em São Paulo e em nossa cidade”, disse a historiadora e curadora da exposição, Maria de Lourdes Ferreira.
O conteúdo exposto mostra a trajetória e atuação por meio de fotos inéditas, cedidas pela família, imagens do acervo do Centro de Memória, jornais em que Reale atuou, entre outros.
Miguel Reale participou de momentos fundamentais da constituição de Diadema como município. “Ele foi responsável pela escolha do nome Diadema, por isso é considerado “padrinho” da cidade”, explicou Maria de Lourdes. Durante toda a vida conservou o Sítio São Miguel, adquirido em 1946, uma grande área verde no bairro Serraria que se orgulhava de preservar. Procurado pelo professor Evandro Caiaffa Esquível e pelo Sr. Henrique Blank, em 1947, orientou os moradores para transformar o então bairro rural de São Bernardo em distrito. Era preciso que numa área de um quilometro ao redor do centro do bairro houvesse no mínimo, cem famílias. A lista, que incluía residências, galpões, abrigos para carroças, fornos de olarias e mesmo galinheiros, depois de completa, foi enviada a Assembléia Legislativa. Alguns anos mais tarde, em 1959, Diadema seria emancipada e elevada a condição de município.
Miguel Reale Nasceu no dia 6 de novembro de 1910, em São Bento do Sapucaí, interior de São Paulo. Fez seus estudos primários em Itajubá, no Colégio Nossa Senhora da Glória. Em 1922, começou a estudar no Instituto Médico Dante Alighieri, na capital paulista, de onde saiu diplomado em 1929. No ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo.
Foi Secretário Nacional de Doutrina da Ação Integralista Brasileira e é considerado um dos ideólogos do integralismo. Jurista e filósofo, escreveu várias obras e participou, durante a ditadura, da elaboração da Constituição de 1969. Já no período democrático, coordenou, durante muitos anos, a elaboração do atual Código Civil, sancionado em 2002.
Em São Paulo, destacou-se como professor do mais prestigiado curso de Direito, a Faculdade do Largo São Francisco, onde estudou. Foi também Secretário da Justiça e Negócios Estrangeiros do Estado e por duas vezes, Reitor da Universidade de São Paulo.
Já com quatro pontes de safena e sob constante vigilância médica, aos noventa e cinco anos, o professor não resistiu a um enfarte enquanto dormia e faleceu em 2006.