Para sabermos verdadeiramente amar-te, Bandeira do Brasil, nós não nos devemos limitar ao entusiasmo com que te saudamos, quando passas vitoriosa nas paradas militares, ou quando te desfraldas nas horas solenes dos atos cívicos. Se representas a pátria brasileira, devemos servir-te, não só com os sentimentalismos que em nós despertas, mas com o firme pensamento de nossos deveres e a compreensão de nossas realidades.
Devemos cultuar as tradições de que provieste, devemos cumprir nossas obrigações de cidadãos do Brasil, devemos vigiar pelas instituições democráticas resumidas em ti, devemos cultivar em nossos corações o espírito de sacrifício pelo bem do nosso país, devemos dedicar-te nossa vida sem temer a morte. Que cada brasileiro, ao contemplar-te, ponha a mão na consciência e se pergunte: que tenho feito e que devo fazer para honrar o pavilhão sagrado da minha pátria? Enquanto o reduzido número dos que visionam mais claramente os nossos problemas esforçando-se numa obra de construção; e enquanto uma consciência inicial vai-se alargando até atingir a integração absoluta de Todo Nacional, serás (ó Bandeira Verde Amarela) uma espécie de adiantamento permanente de dissoluções, ou de marchas erradas, a idolatria que embevece e que ensina a esperar.
Voz apaziguadora para a nossa inquietude; afago para as nossas angustias; idioma único para esta confusão babélica de raças em mistura, de incompreensões e de lutas; espelho da terra em que pretendemos objetivar os fenômenos complicados do nosso drama social; cabeleira verde da Lara – Pátria; que todos fitam, a ponto de não verem mais nada em redor…
Vai acenando levando inebriada se sonho esta humanidade heterogênea que transforma e unifica ao sol da América, para ser a Grande Humanidade do Futuro.
Fonte: Jornal integralista – A Voz do Oeste – (*parte de um artigo de Plínio Salgado escrito em 25/11/73 no “Diário de São Paulo”).