1964 FOI UMA REVOLUÇÃO INTEGRALISTA
ROD TIGRE, COORDENADOR DO MIL-B
De acordo com as palavras do Chefe, em correspondência a Castorino, em 16 de abril de 1964:
“Antes de mais nada, falemos da revolução vitoriosa. Foi obra exclusivamente dos integralistas. Faz mais de um ano que venho tendo entendimentos com o nosso companheiro general Mourão, que foi o chefe do ESTADO MAIOR da milícia dos camisasverdes, quando capitão. Ele preparou tudo no Rio Grande do Sul, quando comandava naquele estado. Transferido para São Paulo, como Comandante da 2ª Região Militar, encontramo-nos numerosas vezes, tudo preparando em nosso Estado. Tendo o Jango transferido Mourão para Juiz de Fora, ali articulou todas guarnições de Minas. Ao mesmo tempo, os deputados Abel Rafael e Aníbal Teixeira, com discursos e conflitos de rua, criaram o clima propício entre os mineiros. Concomitantemente, nossos companheiros Pires e Hoffmann, secretários de Estado no Governo Meneguetti, agitaram o Rio Grande do Sul, articulando o movimento. Na mesma ocasião, agiam os companheiros do Paraná, de Pernambuco e do Ceará, com grande êxito. Nosso companheiro Coronel Astrogildo, da reserva do Exército, viajou por todos os estados, articulando. Na Marinha, o nosso companheiro Almirante Hasselman trabalhava ativamente, ali se extinguindo as dissensões oriundas dos acontecimentos de novembro de 1955, unindo-se todos os grupos inclusive o do Almirante Heck, que se tornou nosso aliado. Conversei com os governadores Meneguetti e Adhemar, que estavam firmes em suas decisões, assim como com Juscelino e Carlos Lacerda. Quando Goulart cometeu a insensatez do comício de 13 de março, a Bancada do nosso Partido na Câmara Federal foi a única que lançou um Manifesto à Nação, de tal maneira corajoso e violento que nos arriscávamos a ser incursos na Lei de Segurança. Em seguida fui a São Paulo, e na marcha de um milhão de pessoas, quando todos os oradores falavam em termos vagos, pronunciei um discurso apelando para as Forças Armadas e particularmente para o 2º Exército. Segui para o Rio, onde fiz a articulação dos sargentos, valendo-me da circunstância de serem os três presidentes dos Clubes de Sargentos (Marinha, Exército e Aeronáutica) nossos companheiros, bons integralistas. Isso de tal sorte que, existindo no Rio 12 mil sargentos, só compareceram na homenagem ao Jango 150. Faltava a iniciativa.
Quem a tomou foi o General Mourão, nosso companheiro de ideal. Arriscou sua carreira e sua vida. Levantou Minas Gerais em peso. Cumpre dizer que o comandante da Força Pública em Minas, coronel Geraldo, é velho camisa-verde”
CHEFE NACIONAL PLÍNIO SALGADO, EM CARTA A CAMISAS VERDES DE MAIO DE 1964